Após pedido da Defensoria Pública, Polícia Civil nomeia delegado para acompanhar crimes cometidos contra os consumidores

 

Em resposta à solicitação da Defensoria Pública do Estado, a Polícia Civil alagoana nomeou um delegado para acompanhar os casos relacionados aos golpes aplicados nas relações de consumo

 

Atendendo ao pedido feito pela Defensoria Pública de Alagoas, após reunião com a defensora pública do Setor de Defesa do Consumidor, Norma Negrão,  o delegado-geral da Polícia Civil do Estado, Paulo Cerqueira, designou, nesta semana, um delegado especial para investigar crimes virtuais que estão fazendo diversas vítimas em Alagoas. 

 

A reunião, que aconteceu na última segunda-feira, teve a finalidade de dar conhecimento ao aumento do número de casos de estelionato virtual e golpes  nas relações de consumo em Alagoas, que vem aumentando bastante durante a pandemia. 

 

Para a defensora pública Norma Negrão, a nomeação de um delegado especial dará mais efetividade e celeridade à apuração dos crimes virtuais nas relações de consumo, pois  concentrará as investigações dos diversos casos registrados em delegacias diferentes, uma vez que os golpes podem ser aplicados pela mesma quadrilha de estelionatários.

 

Durante a reunião, a defensora pública abordou alguns casos acompanhados pelo órgão, como os relacionados ao “Golpe do boleto falso”, em que os golpistas utilizam dados pessoais e de consumo reais dos cidadãos para gerar boletos falsos de cobrança, que são enviados às vítimas, dando uma total aparência de uma situação normal de cobrança.

 

Nesses golpes, em geral, todos os dados da vítima estão corretos, inclusive, os valores da cobrança, a única diferença é o código de barras que direciona para a conta dos fraudadores como os beneficiários dos pagamentos.

 

Outro tipo de golpe recorrente é o estelionato virtual aplicado através de sites, nos quais são oferecidas negociações de dívidas e empréstimos, ou em situações em que o cliente efetua acordo corretamente junto ao seu fornecedor, mas tem a negociação interceptada pelo grupo criminoso, que gera cobrança falsa, fazendo com que os pagamentos realizados pelo consumidor sejam em benefício dos criminosos.

 

Um dos casos apresentados pela defensora foi o de um cidadão que desejando negociar o adiantamento das parcelas de financiamento de um carro junto ao Banco,  acabou sendo vítima de um golpe de mais de 4 mil reais. Já outro caso - e um dos mais graves -  foi de um desempregado que caiu no golpe de uma  quadrilha que oferecia empréstimo através das redes sociais, e perdeu mais de R$ 9 mil.   

 

A defensora ressaltou que as pessoas precisam ter muito cuidado quando receberem algum boleto de cobrança. 'As fraudes estão cada vez mais sofisticadas, as quadrilhas muitas vezes interceptam boletos verdadeiros emitidos na internet e modificam 'apenas' o código de barras. Pode acontecer, inclusive, de programa de computador, baixado através de vírus, modificar  código de barras no momento do pagamento, além das páginas na internet criadas para realizar operações fraudulentas, como empréstimos que nunca se concretizam, porém o consumidor amarga o prejuízo financeiro', explicou a defensora. 

 

Norma aconselha que o consumidor confira todos os dados impressos no boleto antes do pagamento e que,  quando  digitar o código de barras, conferir sempre o destinatário do pagamento. 'Se for fazer o pagamento em uma Lotérica, por exemplo, pedir que o atendente verifique se o beneficiário do pagamento corresponde ao indicado no boleto. Evite, também, solicitar ou negociar empréstimo de forma virtual, por telefone, whatsapp ou sites desconhecidos na internet, ou em qualquer rede social. Empréstimo virtual é porta aberta para fraude. Se ao fazer empréstimo foi solicitado que o consumidor antecipe qualquer transferência de pagamento, evite porque é fraude. E sempre antes de efetuar qualquer pagamento confira o destinatário', ressaltou.

 

Ainda segundo a defensora, as quadrilhas de estelionatários estão cada vez mais articuladas e formatadas para gerar grandes golpes nos cidadãos.  'Pessoas de boa fé estão sendo ludibriadas e caindo nestes golpes e comprometendo gravemente seu patrimônio financeiro”, pontuou.