A Defensoria Pública de Alagoas (DPE/AL) foi assistente de acusação e assistiu os familiares do estudante Wellington Jonatas Rodrigues da Silva, encontrado morto na ladeira do Fernão Velho, em outubro de 2009, na época com 18 anos, durante o Júri Popular realizado hoje, no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro. O júri acatou a tese de acusação e condenou Juvenal Rodrigues de Oliveira Filho, pai de um colega da vítima, que teria se envolvido em uma briga, a 24 anos, 5 meses e 29 dias, em regime, inicialmente, fechado.
Segundo o defensor público do Tribunal do Júri, Marcelo Barbosa Arantes, no mês de julho de 2009, dois estudantes tiveram uma briga por causa de futebol e um deles teria chamado pelo pai, o acusado Juvenal, – que na época prestava serviço para o Sistema Prisional de Alagoas. Ao chegar ao local da briga, Juvenal teria algemado Wellington e, por pedido do próprio filho, que alegou que a vitima separou a briga, e de testemunhas, o jovem foi solto, porém com os punhos feridos.
A desavença entre os colegas aconteceu três meses antes do corpo de Wellington ser encontrado, sem vida, em avançado estado de putrefação. “O corpo da vítima apresentava múltiplas lesões. O laudo apresenta detalhes cruéis, foi uma covardia extrema. Foram inúmeras lesões, ele ficou totalmente desfigurado, com várias lesões no rosto, várias lesões nos braços e nas costas. O jovem foi praticamente decapitado, sua medula foi fraturada e a cervical quebrada. E depois da morte ainda tentaram colocar fogo no corpo”, disse o defensor, baseado no laudo.
Para chegar ao acusado, várias peças do quebra-cabeça foram se encaixando. Principalmente as contradições apresentadas por Juvenal. “Logo após o corpo do rapaz ter sido encontrado, o acusado tirou o filho dele da escola. Depois de um tempo, ele se mudou de Maceió para Pernambuco, durante a madrugada. A acusação, então, juntando todos estes elementos, acusou e estava convicto da sua participação na morte de Wellington. O acusado tentava justificar a não participação, mas ele entrou em várias contradições”, informou o defensor.
Em uma das contradições, explicou o defensor, Juvenal disse que ele sempre optava pelas mudanças à noite, que era uma prática recorrente. “Ele disse que a mudança já estava programada pela família para viajar para Pernambuco. Hoje, durante o júri, o filho dele disse que não. Que após o crime, o pai resolveu se mudar para Pernambuco. Esta é só uma das contradições que ele caiu”, alegou o defensor.
Prisão preventiva
O juiz também acatou ao pedido feito pelo defensor público no plenário, de que em caso de condenação do réu, que fosse decretada a prisão preventiva de Juvenal, porque 'simplesmente não para de cometer crimes graves'.
Arantes informou, ainda, que além do envolvimento na morte de Wellington, o acusado tem outra pena de homicídio para cumprir e um crime de tortura, no interior do Estado, o que é objeto de uma outra ação penal.