Após mediação da Defensoria Pública, Secretaria de Segurança Pública firma termo de cessão de uso de terreno no Santo Eduardo 

 

Ocupantes do antigo Centro Social Urbano (CSU) serão realocados para terreno próximo. No local atualmente ocupado será construída a nova sede da Secretaria de Segurança Pública do Estado

 

A Defensoria Pública do Estado de Alagoas mediou, nessa quinta-feira, 19, um acordo que resultou na assinatura de um termo de cessão de uso de um terreno pertencente a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP/AL) para os cidadãos que ocupam o antigo “Centro Social Urbano” (CSU), situado no bairro Santo Eduardo. 

 

O acordo, que foi mediado pelo Subdefensor Público-Geral, Fabrício Leão Souto, contou com a presença do Major Iran Rêgo, Chefe de Articulação Política de Prevenção da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL), e representantes dos grupos sociais beneficiados, que incluem moradores, Associações de Lavadeiras, de Capoeira, de Ambulantes da Orla, escola de samba, dentre outros.

 

Para o SubDefensor-Geral, os três objetivos inicialmente propostos foram alcançados, que são: a desocupação da área destinada à futura sede da Secretaria de Segurança do Estado, a realocação dos moradores em outro espaço próximo, com prazo para se reorganizarem e a manutenção do trabalho e das atividades econômicas e manifestações culturais ali existentes. 

 

“Resolvemos conjuntamente, pelo diálogo e pela negociação, um passivo social de mais de três décadas. A solução foi construída coletivamente, sempre mediante esclarecimentos e fundada no consenso. Todos falaram, todos foram ouvidos, todos participaram. Ninguém foi excluído e todos foram contemplados. A Defensoria Pública agiu para mediar, esclarecer e conciliar todos os lados. Marcamos essa audiência de conciliação e ela cumpriu seu propósito de acomodar os interesses em questão e de alcançar rapidamente uma solução efetiva, pacífica, consensual e benéfica para os grupos sociais vulneráveis e também para a Secretaria de Segurança”, destacou Fabrício Souto.

 

Para a representante das lavadeiras Marta Carvalho, a resolução foi positiva para todos. “Todos presentes foram contemplados. Ficou bom para todo mundo, todos poderão contribuir para o ambiente e trabalhar. Ninguém vai ficar desempregado”, destacou Marta.

 

A visão positiva é compartilhada pela ativista da igualdade racial, Arísia Barros, do Instituto Raízes da África, que acompanhou a audiência na Defensoria Pública.

 

“O que aconteceu aqui foi o exercício pleno da democracia e da cidadania. É importante como a Defensoria atendeu aos desejos da população, respeitando os seus direitos. E também está de parabéns a Secretaria de Segurança Pública de Alagoas que ouviu a população. Foi uma escuta importante que dinamiza esse processo de interlocução entre o que se quer e o que é possível. Essa audiência de conciliação está de parabéns, a Defensoria Pública fez bem o seu papel e o Estado atendeu aos trâmites de ouvir a população e dar possibilidades e caminhos”, destacou.

 

O representante da Secretaria de Segurança Pública na ocasião, Major Iran Rêgo, registrou que o caso “teve o apoio da Defensoria Pública do Estado de Alagoas, que de forma assertiva iniciou essa mediação conosco e conseguimos após muita conversa chegar a um denominador comum”.