Defensoria, SMS, Sesau, HGE e Seduc marcam calendário para implementação do plano de prevenção ao suicídio

 

Dando continuidade às ações de acompanhamento e aprimoramento das redes de suporte ao problema das crescentes ocorrências de violências autoprovocadas e suicídio, a Defensoria Pública do Estado realizou nova reunião de trabalho sobre o tema, nessa quarta-feira, 13.

 

O assunto foi conduzido pelo defensor público e coordenador do Núcleo de Direitos Coletivos e Humanos da Defensoria Pública do Estado, Fabrício Leão Souto, e contou com a presença de representantes da saúde do Município de Maceió (SMS) e Estado de Alagoas (SESAU), Hospital Geral do Estado (HGE) e Secretaria de Educação do Estado (SEDUC). 

 

Além da construção de um fluxo de informações e encaminhamentos, implementação de agendamentos integrados antes inexistentes, ajustes nos procedimentos das redes de saúde mental, a reunião serviu para delimitar pontos de deficiências no enfrentamento do tema e para conhecer as dificuldades de cada órgão envolvido, inclusive agora trazendo a área de Educação para o centro desses esforços, visto que os casos têm sido de alta incidência entre os jovens.

 

No encontro foram firmados ainda outros compromissos, com destaque para o Plano Municipal de Saúde de Prevenção ao Suicídio, que Maceió concluirá e apresentará à Defensoria Pública já na próxima reunião, agenda para o dia 11/12, além do desenvolvimento entre os técnicos de um protocolo entre HGE e a  Rede de Atenção Psicossocial do Município.

 

“Esse é um tema complexo, multifatorial, interdisciplinar e dentro de uma área praticamente abandonada, esquecida e até menosprezada, que é a saúde mental como um todo. Historicamente, o Poder Público e sociedade, infelizmente, em regra, viram as costas para esse segmento, justamente um público de pessoas em uma especial condição de hipervulnerabilidade. Temos em curso uma tragédia silenciosa e silenciada pela indiferença, que está ceifando a vida sobretudo de jovens entre 15 e 29 anos. A Defensoria já abraçou essa causa e não permitirá que a temática permaneça relegada e ignorada. Seguiremos atuando”, destacou o defensor Fabrício Souto.

 

Conforme a coordenadora-geral de rede da SMS, Mardjane Lemos, o Município pretende atuar para fomentar a discussão e, sobretudo, dar uma resposta aos casos que já ocorreram e aos que já estão em processo de adoecimento e correm o risco de cometer suicídio daqui para frente. 

“Estamos trabalhando com enfrentamento das tentativas de suicídio no território de Maceió e o nosso objetivo é construir um plano que leve à redução das tentativas de suicídio no território maceioense. Hoje, nossa base foi à assistência adequada ao usuário nos locais de atendimento de urgência e emergência para que ele não volte a tentar suicídio, para que a gente consiga promover a atenção devia a saúde mental do usuário”, explica. 

 

A professora e representante do Seduc, Fátima Rebelo, destacou a importância da reunião promovida pela Defensoria Pública para o aprimoramento efetivo da questão. 

“Além dessa troca, o importante é assumir compromissos com a saúde e educação. Na educação, a gente precisa articular melhor, discutir como desenvolveremos ações que possam minimizar a questão do suicídio e automutilação. Precisamos de ferramentas e articulação com a saúde para que possamos traçar metas e estratégias, que deverão ser alcançadas por cada instituição”, explica.

 

A psicóloga e representante de Psicologia do HGE, Tasmânia Quintela, enfatiza a importância da ampliação das discussões sobre o tema para a adoção de medidas que ampliarão a prevenção ao suicídio no estado. 

“A prevenção ao suicídio é um grande desafio. A gente começou com essa temática acerca do quantitativo de casos que estava entrando no HGE, que é uma porta de entrada do Estado. Temos ampliado essas discussões por iniciativa da Defensoria Pública porque sabemos que o nosso maior desafio é a prevenção. Essas discussões têm alinhado para garantir o atendimento ao paciente e, posteriormente, a gente discutirá formas de prevenção para que nem chegue nesse ponto. Nos próximos 30 dias, as secretarias de saúde do Estado e Município discutirão um protocolo, a ser apresentado já na próxima reunião, quando faremos ajustes”, pontuou.