Pais e mães apontaram, ainda, a escassez de especialistas médicos, fonoaudiólogos e fisioterapeutas
Dezenas de famílias com crianças traqueostomizadas, com idades entre 1 e 9 anos, buscaram a Defensoria Pública do Estado de Alagoas para relatar a falta de cirurgias, dificuldades para agendamento de consultas e acesso a insumos e equipamentos indispensáveis aos cuidados desses pacientes infantis.
O atendimento foi feito nessa segunda-feira, 22, pela Defensoria Púbica do Estado de Alagoas no Núcleo de Proteção Coletiva. A audiência pública teve como objetivo ouvir diretamente as famílias e conhecer de perto as suas reais necessidades. Compareceram famílias e crianças da capital, Maceió, e dos municípios de Messias, Murici, Taquarana, Rio Largo, Feira Grande, Mata Grande e Palmeira dos Índios, dentre outros.
A traqueostomia é um procedimento cirúrgico realizado com o objetivo de facilitar a chegada do ar aos pulmões, em que um médico insere uma cânula de plástico ou metal, no pescoço do paciente (região da traquéia), precisando de tratamento e cirurgias posteriores.
Em consequência da traqueostomia, há um aumento significativo a morbimortaidade no paciente infantil, podendo levar a complicações como risco de infecções, decanulação acidental com possível parada cardiorrespiratória e morte, falta de cheiro e apetivo, ocasionando dificuldade de ganho de peso e crescimento, dificuldade para deglutição, comprometimento da vida social da criança e atraso no desenvolvimento escolar. Além do sofrimento em si pelos filhos nessa situação, pais, mães ou responsáveis também têm suas dinâmicas familiares afetada pela necessidade de prestar cuidados permanente e em muitos casos integralmente, impedindo-os de trabalhar.
O Defensor Público Fabrício Leão Souto, responsável pelo caso, informou que a Defensoria Pública agirá com a agilidade que a situação requer, destacando que as crianças constitucionalmente têm prioridade absoluta, ainda mais em situação envolvendo direito à saúde. “O próximo passo será requisitar informações ao SUS e partir rapidamente para uma medida resolutiva para salvaguardar a vida dessas crianças, de preferência pela via extrajudicial”, afirmou.